sábado, 26 de janeiro de 2013

Palavras

Ultimamente está sendo dificil escrever, dialogar, pensar, agir... Para cada hora que se passa há uma folha rabiscada, amassada jogada ao chão... Nelas tem palavras que não são bem encaixadas, não tem concordância... São só palavras, não transmitem nada, apenas saem rasgadas de dentro do peito, e os dedos mexem até escreve-las.
Não quero guarda-las, nem dize-las à alguém, também não quero lembrar do que escrevi, não quero fuçar na caixa de lembranças... Apenas escrevi para não dizer, para fazer meu coração se acalmar e achar que está tudo bem...
Rabisquei, escrevi, rasurei, inumeras vezes os papeis e quando não sabia mais o que escrever, esperei para que uma nova palavra surgisse nesse meu vocabulário mal interpretado.
Era uma tentativa errônia de tentar esquecer ou sentir-me melhor, mas cada maldita palavra que estava ali, levava um pouco do meu ódio, do meu medo, do meu amor... Eu já não entendia mais o que estava escrevendo, o papel estava borrado, com as lágrimas que saiam de mim... Cada gota que ali caia, valia por mil palavras não ditas... E quando finalmente o papel secava eu voltava a escrever e de novo o borrava...
Finalmente parei, joguei fora o que escrevi, fui para meu quarto e encaixei meus fones nos meus ouvidos... Eu estava melhor, até que tudo aquilo que eu sentia voltou como um tsuname, minhas lágrimas multiplicaram-se por um zilhão de vezes... Não havia como parar, não tinha quem eu chamar, não havia nada para me fazer melhorar... Com as músicas vinham fotos que meu cérebro fez questão de guardar, versos, refrões, até as letras se uniam contra mim, os pontos, as vírgulas, as pausas nas tablaturas não existiam mais, e eu conversava sozinha, e no meio da conversa eu me engasgava com o choro e engolia ardido... Não tinha resposta para minhas peguntas, não tinha ninguém ali, eu não consegui enxergar meus erros e quanto mais eu percebia que estava sozinha, pior eu ficava... Pior eu fiquei...
Soquei as paredes, machuquei meus dedos, mas não senti dor, não senti nada... Estou tentando fingir que não existo, estou tentando fingir que não me importo, estou tentando fingir que não estou aqui, mas apenas estou fingindo... Porque fingir se tornou a única maneira de fingir que estou bem.

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