sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Pôr do Sol

Naquele dia parei para olhar cada detalhe, cada folha no chão...
Eu quis guardar na mente cada canto escuro daquele lugar, cada pessoa estranha, cada pássaro voando...
Eu estava com medo, não sei bem do que, era medo, medo talvez de perder tudo aquilo que eu nem conhecia, que não era meu...
Fiquei muito tempo refletindo, sozinha, sentada no banco... As lágrimas escorriam e eu debrussava sobre minha bolsa para que ninguém visse ou me perturbasse...
A cada minuto que passava, eu olhava para as escadas... E se visse alguma sombra me animava, sorria... Mas depois com a nitidez do olhar eu ficava triste de novo por ver que a sombra não era a de quem eu queria.
Tentei não associar músicas com aquele momento, mas fora impossível e cada som, ruido ou música que eu ouvia, me lembrava e sei que me lembrarei por muito tempo, e com isso, as lágrimas rolavam como pingos de chuva, em efeito cascata...
Subi e desci aquela escada muitas vezes... Eu decorei o lugar que talvez eu não fosse mais ver... Guardei como flashs, relapsos de memórias... E lembro exatamente de cada pessoa que vi naquele dia e recordei também de dias que passei por cada corredor de lá.
As horas passavam... Eu não sabia se aquilo era bom ou ruim... Ora desejava que passasse rápido, ora, eu queria que cada segundo fosse um minuto...
Eu olhei pela janela do ônibus e mais uma lágrima saiu, não tinha ninguém ali para eu poder despedir, nem para eu dar um sorriso meigo...
Na estrada decorei cada placa, cada curva... E o pôr do Sol que vi sair por entre as montanhas, foi o mais notório desses meus 18 anos...  


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